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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A disparada de Joaquim Barbosa, o Batman brasileiro

Joaquim Barbosa conquista o Brasil ao condenar sem dó quase todo mundo no mensalão. Já tem quem o chame de Batman ou peça que seja presidente


Presidente?
Tamanha é a animação com Joaquim Barbosa que ele já tem uma página no Facebook cujo conteúdo antecipa as próximas eleições presidenciais. O nome deixa pouca margem para dúvidas: “Joaquim Barbosa – Presidente 2014”. O juiz aparece em uma montagem com a faixa presidencial brasileira.

Mas antes de sequer pensar nisso, ele precisa se preparar para ser presidente do Supremo. É esperado que Barbosa assuma o cargo em novembro, com a aposentadoria do atual chefe, o Ministro Carlos Ayres Britto. Antes disso, porém, será preciso apaziguar os próprios ânimos e dos colegas.

O Ministro Marco Aurélio Mello já explicitou preocupação com o estilo mais instável de Barbosa, principalmente quando for ele a coordenar os trabalhos na mais alta corte do país.

É inegável: das brigas públicas que surgiram nos últimos três anos no Supremo, seu nome está (diretamente) envolvido em todas.

Em 2009, discutiu com Gilmar Mendes, então presidente da Corte. “Vossa Excelência, quando se dirige a mim, não está falando com seus capangas do Mato Grosso”, afirmou na ocasião, irritado.


Raça
Independentemente de críticas, Joaquim Barbosa já entra para a história como o primeiro Ministro negro do STF. Ele não é alheio às questões raciais. Um de seus livros, "Ação Afirmativa & Princípio Constitucional da Igualdade. O Direito como Instrumento de Transformação Social. A Experiência dos EUA", trata do tema.

É sabido que a cor – junto, claro, à reputação ilibada e notável saber jurídico - foi um dos elementos que convenceram Lula que Barbosa era o nome ideal para ser nomeado no primeiro ano de mandato do petista, em 2003.

 Joaquim Barbosa bebendo em um bar em Brasília, em 2010, quando estava de licença do STF há cerca de 4 meses: problema sério na coluna o obriga a ficar de pé nos julgamentos do Supremo


Nunca se saberá se Lula manteria a mesma opinião soubesse ele o papel de Joaquim Barbosa ao condenar aliados e petistas históricos quase 10 anos depois de ser conduzido ao cargo.

A origem humilde também serve na identificação do público com um membro do judiciário brasileiro. Nascido na cidade mineira de Paracatu, em 1954, o pai era pedreiro e Barbosa sempre frequentou escolas públicas.

Graduou-se na Universidade de Brasília. Em sua longa carreira, passou por vários órgãos do Executivo, Legislativo até chegar ao Ministério Público, tendo vivido muitos anos no Rio de Janeiro, onde foi procurador da República entre 1993 e 2003.

É a história que vai, enfim, determinar como Barbosa será lembrado. O fato é que, por enquanto, a expectativa mais imediata é saber se sua máscara vai pegar no próximo carnaval carioca. Terá a folia cara de mensalão?