A Justiça Federal em Alagoas condenou o ex-governador do Estado Ronaldo
Lessa (PDT) e o empresário Zuleido Veras, da consultora Gautama, por
desvio de mais de R$ 5 milhões em uma obra de drenagem de águas pluviais
em Maceió. O advogado de Lessa ainda não declarou se ele irá recorrer
da decisão.
Lessa foi condenado a 13 anos e quatro meses de prisão, e Veras, a oito
anos de prisão --ambos pelo crime de peculato (usar cargo público para
obter vantagem). Outros quatro funcionários do governo de Alagoas à
época das gestões de Lessa (1999-2006) também foram condenados.
Todos foram absolvidos das acusações de dispensa ilegal de licitação e
de formação de quadrilha, segundo o Ministério Público Federal. Cabe
recurso da decisão --a própria Procuradoria, que ofereceu denúncia sobre
o caso em 2009, afirmou que irá recorrer
Algema nele, bandido tem que ir preso! |
O processo é um desdobramento da operação Navalha da Polícia Federal,
que desmontou em 2007 um esquema de favorecimento ilegal da Gautama em
licitações de obras do PAC e de programas federais, envolvendo políticos
e servidores públicos.
Segundo o Ministério Público Federal, houve desvio de verbas e má
execução nas obras de macrodrenagem do bairro do Tabuleiro dos Martins,
em Maceió, que era uma das principais obras públicas tocadas pela
Gautama em Alagoas.
No dia 18 de julho de 2012, quarta-feira, fiz a reportagem sobre a drenagem e sobre o fechamento da rua.
A JNET News já havia feito reportagem sobre o descaso da obra que ainda não tem prazo pra ser concluída.
Veja aqui http://jnettropical.blogspot.com.br/2012/07/obras-de-drenagem-entre-eustaquio-gomes.html
Indícios de irregularidades na execução começaram a ser detectados pelo
TCU (Tribunal de Contas da União) ainda em 2002, mas só em 2005, com
cerca de 60% dos trabalhos já concluídos, o projeto foi impedido de
receber novos recursos.
A drenagem foi iniciada em 1998 e estava orçada em R$ 48 milhões em
recursos federais. O TCU vetou o envio de recursos à obra em 2005 por
ver fortes indícios de alterações nos projetos originais,
irregularidades graves na licitação e na execução do convênio e
superfaturamento.
Para a Procuradoria, houve desvio de R$ 16,4 milhões na obra.
A Justiça avaliou que Lessa viabilizou a continuidade de uma obra
inviável e usa o termo "trama criminosa" para descrever a conduta do
ex-governador e do empresário Veras.
Para a Procuradoria, embora a obra tivesse como objetivo acabar com o
problema de enchentes na parte baixa de Maceió, as intervenções acabaram
agravando a situação, "causando diversos transtornos à população
local",como perdas de propriedade e poluição ambiental.
A reportagem não conseguiu contato com o ex-governador Lessa nem com
Zuleido Veras nesta quinta-feira (11). Foram feitas tentativas de
contato com o advogado de Lessa, no celular e no escritório, e na sede
da Gautama em Brasília.
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