Um estudo realizado pelo Brasil Plural, com base nas pesquisas de intenção de voto e índice de aprovação do Ibope, aponta que Dilma Rousseff está quase na zona dos "perdedores". Segundo cálculos da equipe econômica do banco de investimentos, a intenção de votos de Dilma está em 42,9% no segundo turno, contra uma média de 42,2% dos candidatos que perderam as últimas eleições para presidência da República. Para os especialistas, se cair para baixo de 40%, isso significará que a oposição vai começar a ganhar espaço para virar o jogo no segundo turno.
A cálculo feito pelo Brasil Plural converte o índice de aprovação da presidente em intenções de voto para o segundo turno. Segundo os economistas, a vantagem em usar essa métrica, ao invés de avaliar puramente os números de intenções de voto, é que antes da campanha eleitoral iniciar oficialmente (em 6 de julho), boa parte dos eleitores ainda não conhecem muito bem os candidatos da oposição. Isso pode ser visto na última pesquisa Ibope, em que 25% dos entrevistados responderam que "não conhecem suficientemente para ter uma opinião sobre ele/ela" para Eduardo Campos (PSB), 18% para Aécio Neves (PSDB) e 2% para Dilma Rousseff (PT).
Além disso, apontam os economistas, mesmo aqueles que veem aspectos ruins/terríveis do atual governo historicamente votam no titular, provavelmente com uma mentalidade de que "melhor o diabo que você conhece". Eles, no entanto, ponderam que a votação no Brasil ainda segue em clima de incerteza, sendo que o comportamento dos eleitores ainda é inesperado, e há muito tempo até a eleição (com o primeiro turno em 3 de outubro e o segundo em 26 de outubro).
De olho na última pesquisa Ibope, eles concluíram que o potencial de intenção de voto da presidente é atualmente de 42,9%, o que significa que ela iria lutar para levar a eleição ao segundo turno. "Na verdade, após uma breve recuperação no início do ano, nós observamos que as chances de virada de Dilma, e sua potencial intenção de votos, são agora um pouco maiores do que no ponto mais baixo, após as manifestações ocorridas no final de 2013.
Para chegar ao nível que consideram "perigoso", eles compararam o potencial de intenção de votos de Dilma com os votos recolhidos pelos candidatos perdedores em 1989, 2002, 2006 e 2010. Segundo eles, a média dessas candidatos é de 42,2% (sendo de 38,7% de Serra contra Lula, em 2002, para 47% de Lula contra Collor, em 1998). Ou seja, o atual patamar da presidente é apenas um pouco acima do que é registrado normalmente pelos "perdedores" e menos do que a parcela recolhida por seu adversário em 2010, de 44%, comentam.
Com isso, eles confirmam a visão de um cenário eleitoral competitivo, caso o índice de aprovação de Dilma permanece inalterado. E, alertam, que se esse índice cair para baixo de 40%, isso significará que os adversários começaram a ganhar espaço no segundo turno, desde que a marca de reconhecimento dos seus candidatos melhore até outubro.
Paula Barra
Infomoney
Editado por Folha Política
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