Depois de serem ouvidos pelo delegado da Polícia Federal (PF) Alexandre Mendonça, os sete rodoviários detidos na tarde desta segunda-feira (20) foram liberados, por volta das 22h30. E nem foi necessário o advogado de defesa entrar com recurso junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT/AL): o relaxamento da prisão correcional ocorreu após um diálogo entre representantes da PF e do tribunal. Para serem liberados, os rodoviários garantiram que a paralisação total dos serviços está suspensa pelo menos até a próxima sexta-feira (24), quando será realizada uma audiência de conciliação com representantes das empresas.
Somente perto das 20h, o delegado Alexandre Mendonça, acompanhado do superintendente da PF em Alagoas, Omar Gabriel Haj Mussi, desceu as escadas para conversar com o advogado de defesa dos rodoviários, Ricardo Coêlho. Incomodado com a presença da reportagem, o delegado informou que não gostaria de falar sobre o assunto. Um oficial de Justiça do TRT, entretanto, informou à reportagem as providências que seriam tomadas no local: “Eles serão ouvidos, será feito um TCO [Termo Circunstanciado de Ocorrência] e serão liberados ainda hoje”, disse o oficial Tadeu Costa ainda no início da noite.
Enquanto aguardavam o início dos depoimentos, agentes da PF e oficiais de Justiça que trabalhavam no local explicaram que a liberação foi acordada por telefone com o presidente do TRT, desembargador Severino Rodrigues.
Negociação foi antecipada em cinco dias, mas rodoviários não aceitam e são presos a greve, que parou totalmente os ônibus de algumas empresas em Maceió nesta segunda, é para pressionar a antecipação do final da negociação salarial, segundo o Sinttro. A categoria quer que a questão seja decidida antes do dia 29 de agosto, quando há uma audiência marcada entre empresas e rodoviários no TRT.
Por volta das 17h, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do Município de Maceió (Sinturb/Mac) enviou um documento se comprometendo a antecipar a próxima rodada de negociação para o dia 24, mas a categoria não aceitou a data e disse que só negociaria hoje.
Segundo os grevistas, a negociação salarial vem se arrastando sem chegar a um acordo. "Faz muito tempo que a gente vem negociando, mas sempre há remarcação de novas audiências no TRT", disse o cobrador de ônibus Luiz Carlos.
Os rodoviários afirmam aceitar os reajustes propostos pelo Ministério Público, que são de 2,5% no ticket alimentação, 15% no plano de saúde e 7,5% no salário. Segundo o presidente do Sinttro, Écio Marques, as empresas dizem que não têm condições de conceder esses reajustes, pois tiveram 9% de queda na receita por conta da redução no preço da tarifa de ônibus, que voltou para R$ 2,10 seguindo determinação da Justiça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar. Seu comentário será exibido assim que for aprovado pela moderação